fonte: SinMed-RJ

Os estudantes da rede estadual, que estão sofrendo com graves problemas no ensino público do estado, se juntaram ao funcionalismo, na tarde desta quarta-feira (02), durante a manifestação do Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (MUSPE), realizada em frente a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O protesto contou com a participação de cerca de 10 mil servidores, com adesão de diversas categorias, tais como médicos, professores, enfermeiros e bombeiros, entre tantas outras.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed/RJ), Jorge Darze, em discurso muito aplaudido, disse que os servidores não aceitam o atraso no pagamentos dos salários e o seu congelamento, que já dura 15 anos, além da ausência do plano de carreiras. Ele definiu a crise na saúde como crime governamental e defendeu o enterro do projeto da reforma da Previdência e do governo Pezão. Darze destacou que a saúde pública vem se deteriorando progressivamente com as terceirizações nos hospitais.
“A administração pública tem grande importância social. Importância que vem sendo ameaçada. O Rio é o campeão em mortes no SUS. Os altos índices de mortalidade no Rio de Janeiro tem autoria conhecida. O Ministério Público já acatou denúncia contra o governador por crime de responsabilidade e o Sindicato está acompanhando a ação”, afirmou.
A proposta de aumento na contribuição previdenciária de 11% para 14% com o intuito de diminuir a crise nos cofres públicos também foi fortemente criticada e rejeitada pela multidão. Após as 17 horas, a manifestação foi transformada em passeata que seguiu para a Cinelândia. Cartazes exigindo o pagamento dos salários atrasados e criticando as Organizações Sociais (OS) foram vistos durante todo percurso.
A enfermeira Gabriele Monteiro, que trabalha na UPA de Volta Redonda, deu seu depoimento de indignação. “A UPA é municipal, mas recebemos verba do estado. Estamos passando por falta de muito material e medicações básicas. É uma verdadeira situação de abandono. Nós, profissionais, tentamos fazer o máximo que está ao nosso alcance, mas a gente depende de um governo que não ajuda”, lamentou.
A vice-presidente e os diretores do SinMed/RJ, Sara Padron, Eraldo Bulhões, Lauro Durval e Júlio Noronha participaram do ato, e salientaram a importância do movimento do Muspe, que já possui repercussão nacional. “A massa tem poder”, frisou Bulhões.
Ao final, os representantes de várias categorias e sindicatos convocaram todos para a greve geral de três dias, que será deflagrada no próximo dia 16. Os servidores farão também uma passeata no dia 16, até o Palácio Guanabara.