fonte: G1
O Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, tem alas novas, mas que não estão sendo utilizadas devido à falta de médicos, enfermeiros e profissionais na unidade. Para não fechar as portas e deixar de atender a população, o Hospital Universitário Pedro Ernesto precisa de R$ 7 milhões por mês, segundo o diretor da unidade.
“Muita gente depende daqui e o tratamento aqui é bom, pega pessoas de vários municípios, então ele não pode fechar de maneira alguma porque vai ser um caso no nosso estado”, afirma a paciente Ana que fez uma cirurgia de catarata no local, como mostrou o RJTV 1ª edição.
Médicos, funcionários e estudante do hospital se reuniram na manhã desta segunda (2) no auditório da unidade. Há quase um ano a unidade tem problemas com o repasse de verbas do governo do estado. Não há manutenção e é fácil perceber isso na estrutura do prédio.
A nova enfermaria da neurocirurgia está pronta pra funcionar, mas pra que isso aconteça é preciso dinheiro para o hospital. O setor só foi montado com a verba de pesquisa do hospital que é referência para estudantes universitários de todo o país.
Os novos leitos estão praticamente vazios porque não há salários para pagar os profissionais especializados. Os equipamentos, recém comprados, não estão sendo usados. “Toda essa estrutura foi obtida através de verba de pesquisa, mas que a enfermaria possa funcionar na sua plenitude é preciso que o hospital esteja funcionando plenamente e pra isso a gente precisa de verba, que seja feita o repasse de verba pra que a estrutura básica pra gente poder se desenvolver como serviço de neurocirurgia e desenvolver cientificamente o hospital”, afirmou um médico da unidade.
O Pedro Ernesto é referência no transplante renal e tem capacidade pra fazer 300 cirurgias por ano. Este ano, por falta de condições, só foram realizadas sete cirurgias. Também sobram leitos novos no setor de neurologia, um dos mais importantes para tratar as complicações de zika e chicungunha. Também falta material hospitalar e parentes de pacientes esperam uma solução para tantos problemas.
O governo do Estado informou que repassou R$ 3,5 milhões na última sexta-feira e no início de abril R$ 4,1 milhões. No entanto, o diretor do hospital negou que esse pagamento tenha sido feito. “Na verdade, os quatro milhões e cem mil que o governo se refere do pagamento de abril, são do pagamento de março e que foram pagos com atraso no início de abril. Direcionada a verba de custeio no mês de abril, não tínhamos recebido nada até quinta, e a gente levantou agora o extrato de pagamento feito pelo governo do estado no próprio sistema do governo, e para o custeio do Hupe foram pagos apenas 2,737 milhões, ou seja, para fechar os 7 milhões que precisamos falta quatro milhões e trezentos mil”, afirmou o diretor da unidade, Edmar Santos.