fonte: Assessoria de Imprensa HUAP
Há cerca de um mês, o Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap) já não realiza mais cirurgias cardíacas e transplantes renais. A informação foi confirmada nesta terça-feira (3) pelo diretor da unidade, o professor Tarcísio Rivello. A falta de profissionais para a realização destas especialidades é a grande culpada por a instituição deixar de realizar os procedimentos. De acordo com Tarcísio Rivello, os pacientes estão sendo realocados no Instituto Nacional de Cardiologia, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro.
Com a diminuição de 40 leitos, o diretor da unidade afirmou que vai tentar atender da melhor maneira os pacientes e que vai reorganizar a estrutura do hospital para se readequar à nova realidade da unidade.
“Infelizmente, quem vai sofrer é a população. O que eu puder fazer para minimizar essa situação eu vou fazer. Eu gostaria de pedir às pessoas que procurarem o Huap que tenham um pouco de paciência, pois estamos passando por um momento muito difícil, contudo, eu ainda tenho a esperança que toda a situação vai melhorar. A crise está instalada em todo o país e aqui não foi diferente”, frisou Tarcísio, que também informou que ainda não há prazo para repor os profissionais e realizar os procedimentos na unidade.
Esperando há quase 3 meses por uma consulta com o nefrologista, a paciente Maria Silva Monteiro, 62, esperou por quase quatro horas para ser atendida.
“Eu sou moradora de São Gonçalo e sempre procurei o Huap, por ser um hospital de referência, mas de uns tempos para cá, a situação tem ficado bastante complicada. Eu sinceramente nem sei como vou continuar o meu tratamento. O pior é que a gente fica sem opção e sem ter muito o que fazer. Nos resta é esperar e torcer para que tudo mude logo”.
Sem previsão de alta
O Hospital Universitário Antonio Pedro pode ficar até um ano com defasagem de funcionários, isso porque o diretor da unidade, o Tarcísio Rivello, revelou que não vê sinal de que ocorra ainda esse ano, um processo seletivo simplificado, nos moldes de um concurso público para atender as necessidades da unidade.
O diretor disse ainda que em um encontro realizado em Brasília, a realização de um concurso para a unidade havia sido acordado com o representante do Ministério da Educação.
“Eu não posso contratar ninguém, não tenho a competência de fazer um concurso amanhã. Eu preciso de uma autorização do MEC, além de uma disponibilização do recurso financeiro para pagar essas pessoas que vão trabalhar aqui. Esse processo nos foi prometido, agora entre a promessa e a realização, já é outra coisa. Eu estou esperançoso que isso aconteça. Porém, até agora não vi sinal nenhum”, explicou.
Sobre a possibilidade de haver uma possível contratação temporária, o MEC informou que o processo de contratação de CTU (contratos temporários) tramita no âmbito do MEC com manifestação favorável da Secretaria de Educação Superior (Sesu).
Para Tarcísio, esse é um processo que deveria ser feito com a urgência que se faz necessária.
“Vamos ter que tocar a gestão assim, até que tudo volte ao normal. Eu sei que com a diminuição de funcionários, o atendimento vai ser prejudicado e isso muito me entristece. Nossa gestão prega resultado e indicadores de qualidade. Para isso temos que ter profissionais suficientes . O Huap é uma unidade de nível terciário de alta complexidade e tenho certeza que vamos voltar a ser o que éramos antes”, finalizou.