fonte: HUCFF

O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ) deu início à obra de construção de parede estrutural de contraventamento. A parede fechará o vão que ficou aberto após a implosão da ala sul do edifício, conhecida como “perna seca”, implodida em 19 de dezembro de 2010 por falta de investimento e manutenção.

De acordo com o diretor-geral do HUCFF, Eduardo Côrtes, a obra, que conta com apoio e financiamento da reitoria da UFRJ, permitirá a reativação de 140 leitos das enfermarias da ala D. “Esta intervenção tem um aspecto simbólico forte que é a retomada da recuperação do hospital”, destaca Côrtes.

O diretor de engenharia da unidade, Jairo Villas Boas, explica que a obra proporcionará melhores condições de assistência, pesquisa e ensino. “Além de aumentar a capacidade leitos, a obra de reforma também vai oferecer cerca de  40 empregos diretos e 60 empregos indiretos”, informa.

A obra será realizada pela empresa Engenew Engenharia Ltda, contratada por meio de licitação pública. A estimativa é de que a intervenção seja concluída em aproximadamente em 15 meses.

Implosão da “perna seca” – Vinte segundos e 900 kg de dinamite foram suficientes para transformar a ala sul do Hospital do Fundão em 120 mil toneladas de entulho. O gigante implodido possuía capacidade para mais de 800 leitos, mas nunca teve sua obra finalizada. Era um esqueleto de corredores e lajes de concreto, sem a pavimentação concluída.

A implosão foi um retrato da crise por que passou a unidade. Inaugurado em março de 1978, o HUCFF tinha capacidade inicial de quase 500 leitos, 22 salas de cirurgias, ampla rede de ambulatórios, CTI, alojamento para residentes, serviço radiológico modelar com 27 aparelhos e  serviço de medicina nuclear, anatomia patológica, ensino, entre outros.

Apesar das excelentes condições iniciais, a unidade sofreu grande impacto de deterioração ao longo dos anos por falta de investimento e manutenção predial. A falta de obras interferiu diretamente na qualidade do maior campo de atuação de alunos, assistência à população e laboratório de especialistas. Tais dificuldades ocasionaram a interrupção de importantes programas e serviços de atendimento aos pacientes e levaram, inclusive, à implosão da ala sul do prédio, justamente por falta de recursos para recuperação da estrutura condenada.

Reestruturação – A fim de reverter o quadro de crise, a atual direção construiu um planejamento que incluiu a reavaliação de contratos e renegociação de dívidas. Em 2014, pelo menos R$ 10 milhões em dívidas foram pagos com fornecedores. Como resultado, em 2015, pelo menos 13 reformas de reparos emergenciais foram iniciadas com recursos próprios. Com a dedicação dos profissionais de saúde da unidade, foi possível o aumento de pelo menos 20% dos leitos e capacidade de atendimento à população nos últimos meses.

O HUCFF/UFRJ – Considerado um dos maiores e melhores hospitais em volume de consultas do Rio de Janeiro, a unidade ocupa mais de 150 mil m² e possui uma equipe de mais de três mil profissionais (entre professores, enfermeiros, médicos, colaboradores da área administrativa e todos os profissionais da área de saúde), 250 leitos ativos e 13 salas de cirurgia. Por mês, a instituição realiza cerca de 20 mil atendimentos ambulatoriais, 450 cirurgias e 700 internações. O hospital, que está vinculado ao Ministério da Educação, dispõe de 42 especialidades médicas e 23 programas de alta complexidade, entre eles, transplante de córnea, rim e medula óssea. O hospital é escola para a formação de 1795 alunos de graduação e pós-graduação, além de possuir mais de 300 residentes. Por ano, são oferecidas 200 novas vagas para o Programa de Residência Médica e 31 vagas para Residência Multiprofissional em Saúde.