fonte: CREMERJ
Denúncias de redução de médicos e de leitos no Hospital Municipal Pedro II e na Coordenação de Emergência (CER) de Santa Cruz levaram o CREMERJ a realizar, no dia 25 de julho, uma fiscalização nas duas unidades. Nos locais, foram confirmadas as demissões de profissionais de diversas especialidades, pela atual Organização Social (OS), e a diminuição de leitos. A medida tem impactado no funcionamento de diversas especialidades e na qualidade da assistência médica prestada aos pacientes internados.
No Pedro II, os fiscais constataram a redução da equipe de rotina da neurocirurgia, cirurgia geral, pediatria e UTI neonatal. Já no setor de cirurgia plástica não há mais médico de rotina. As atribuições foram transferidas para os médicos plantonistas de emergência, que, agora, precisam se dividir entre os atendimentos de urgência e os pacientes internados. A medida também tem impactado na realização de cirurgias eletivas.
Além da demissão de profissionais, a unidade restringiu o número de leitos. Foram fechados quatro leitos na pediatria, quatro no CTI adulto e seis no Centro de Tratamento de Queimados. O plantão de algumas especialidades, como a cirurgia geral, foi reduzido de 24 para 12 horas.
“O Rio de Janeiro já sofre com o déficit de leitos e uma medida desta restringe ainda mais as possibilidade de atendimento. O Pedro II recebe uma grande quantidade de pacientes transferidos de diversas unidades municipais e essa redução é algo inaceitável. Vamos cobrar do governo municipal e da OSs uma explicação sobre os problemas encontrados”, declarou o vice-presidente do CREMERJ Nelson Nahon.
Na CER também houve redução das equipes de plantão, que atingiram os setores de clínica geral, pediatria e ortopedia. Não há médico de rotina na unidade, mesmo com pacientes internados há mais de um mês e com superlotação. No dia da vistoria, havia 52 pacientes internados na sala amarela, com vários internados em poltronas e alguns chegando a 100 dias no local. Na sala vermelha havia 38 pacientes internados.
A CER está instalada no primeiro andar do hospital e realiza todos os atendimentos de urgência e emergência por livre demanda ou para referência de outras unidades de saúde, além de receberem os casos de trauma e demais remoções realizadas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros. A unidade é fundamental para toda a Zona Oeste.
“É necessária, com urgência, a readequação das equipes de emergência conforme o fluxo de atendimento, bem como maior agilidade na remoção e transferência dos pacientes, a fim de tentar reduzir a superlotação e o tempo de permanência dos pacientes na emergência”, explicou o coordenador da Comissão de Fiscalização (Cofis) do CREMERJ, Gil Simões.