fonte: CREMERJ
O CREMERJ recebeu, em sua sede, nessa segunda-feira (29), representantes do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) para pedir esclarecimentos sobre a crítica situação dos hospitais federais. O presidente do Conselho, Nelson Nahon, e os conselheiros Pablo Vazquez e Sidnei Ferreira – que também é diretor do Conselho Federal de Medicina (CFM) – relataram graves problemas, como a falta de recursos humanos, de medicamentos e de insumos.
Outro assunto destacado pelo CREMERJ foi em relação aos contratos temporários, que já venceram ou estão prestes a terminar e que, segundo o Ministério da Saúde, não serão renovados. Em razão disso, a emergência do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), por exemplo, perdeu cerca de 30 médicos e demais profissionais de saúde. Na reunião foi ainda abordada a situação grave do Hospital Federal do Andaraí (HFA), onde 28 médicos entregaram seus cargos de chefia, na última semana, devido à falta de condições de trabalho. No HFA, no mesmo período, o serviço de cardiologia foi fechado e outros também correm esse risco.
“O CREMERJ fiscalizou em parceria com a Defensoria Pública da União as unidades federais. Constatamos falta de insumos e de medicamentos e déficit de recursos humanos. Como se não bastasse, médicos e outros profissionais de saúde estão para se aposentar, outros têm contratos temporários que não serão renovados. Se essas unidades perderem mais profissionais, naturalmente, serviços serão fechados. Nosso objetivo é garantir atendimento digno para a população. Queremos ouvir do Ministério da Saúde qual é a proposta. Para nós, trata-se de um desmonte”, afirmou o presidente do CREMERJ.
Atualmente, o DGH, que faz parte do Núcleo Estadual do Rio de Janeiro (Nerj) do Ministério da Saúde, está sem diretor. No entanto, os médicos Marcus Vinicius Dias e Rosamélia Cunha, que integram o departamento, participaram do encontro. Na ocasião, o DGH informou que não há previsão de concurso público e que os contratos temporários, realmente, não serão renovados. Segundo o DGH, a situação de recursos humanos foi levada ao Ministério da Saúde, em Brasília, mas ainda não teve retorno.
“Queremos colocar, mais uma vez, a nossa preocupação. Infelizmente, não há uma proposta a curto prazo para minimizar os problemas encontrados nas unidades federais. Estamos realizando assembleias na rede federal e vamos levar esse posicionamento. Vamos também continuar cobrando um retorno do Ministério da Saúde, com resoluções, porque estamos falando de vidas”, concluiu Nahon.