fonte: CREMERJ
Médicos federais do Rio de Janeiro decidiram, por unanimidade, continuar a greve, durante assembleia nessa terça-feira, 26, na sede do CREMERJ. Na reunião, promovida pelo Conselho e pelo Sinmed-RJ, os colegas avaliaram o andamento do movimento nas unidades federais e debateram propostas para fortalecê-lo.
Nos informes, as entidades médicas relataram que aguardam, desde o dia 7, um posicionamento do ministro da Saúde, Arthur Chioro, que ficou de dialogar com o Ministério do Planejamento sobre a suspensão das gratificações por desempenho dos médicos federais. O CREMERJ e o Sinmed-RJ lembraram que, no ano passado, a presidente da República, Dilma Rousseff, considerou a suspensão injusta e pediu ao ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que resolvesse o caso, porém nada foi feito.
Apesar de o Ministério da Saúde ainda não ter se pronunciado, as entidades médicas agendaram uma reunião com Chioro no dia 5 de junho, às 18h, em Brasília. Também foi marcada uma audiência pública, no Senado, com a participação de senadores e deputados, no dia 4 de junho, às 14h. Para a categoria, é fundamental o apoio dos parlamentares, pois reforça o movimento.
“É importante ter um número grande de médicos do Rio de Janeiro no plenário do Senado nesse dia. Enquanto isso, aqui podemos organizar manifestações, principalmente no dia 5, quando teremos a audiência com o ministro. Isso vai fortalecer as negociações”, disse o vice-presidente do Conselho, Nelson Nahon.
No encontro, membros dos comandos de greve deram pareceres do movimento em suas instituições e informaram que organizam reuniões periódicas para organizar a greve e tentar mobilizar todos os colegas.
A assembleia contou ainda com a participação dos conselheiros do CREMERJ Pablo Vazquez, Gil Simões, Erika Reis, Carlos Enaldo de Araújo e Armindo Fernando da Costa; e do presidente do Sinmed-RJ, Jorge Darze.
No dia 9 de junho, às 19h30, haverá nova assembleia dos médicos federais para debater a greve, no auditório do Sinmed-RJ.
Retaguarda na Copa
Um representante do Hospital Federal do Andaraí aproveitou para explicar a atitude das chefias de serviço, que decidiram, na última semana, entregar seus cargos, após o governo anunciar que a unidade servirá como retaguarda no período da Copa do Mundo. Segundo ele, é um descaso com a população e com os funcionários do hospital, já que a unidade vem sendo sucateada, com obras inacabadas, infraestrutura precária, déficit de recursos humanos e falta de materiais básicos, como luvas e roupas cirúrgicas.
Ele disse também que, até o momento, não houve nenhuma explicação do governo federal em relação ao caso, e que o diretor da Gestão Hospitalar do Núcleo Estadual do Rio de Janeiro (Nerj) do Ministério da Saúde, João Marcelo Ramalho, não compareceu à ultima assembleia dos médicos do Andaraí, conforme havia sido combinado.