fonte: O Globo
Crianças que sobrevivem a algum tipo de câncer têm, em média, o dobro de doenças crônicas aos 45 anos, em comparação com o restante da população, segundo um estudo do Hospital de Pesquisa de Crianças St. Jude, nos Estados Unidos, publicado na revista médica “Lancet”.
O estudo analisou a saúde de 5.522 pacientes diagnosticados com câncer antes dos 18 anos, entre 1961 e 2004. Foram incluídas 168 condições de saúde no estudo, e índices de adoecimento foram comparados com um grupo de controle de 272 pessoas nunca diagnosticadas com câncer. No total, 3.010 sobreviventes e 272 controles foram clinicamente avaliados para todas as condições médicas, exceto perda de audição, glaucoma, catarata e retinopatia — que foram autorreportadas no grupo de controle.
Radiação e quimioterapia
Aos 50 anos, 99,9% dos sobreviventes haviam desenvolvido alguma doença crônica severa. Problemas cardiovasculares, endócrinos e musculoesqueléticos estavam entre as principais doenças e 37% desses pacientes foram diagnosticados com um segundo câncer por volta dos 50 anos. Em geral, sobreviventes de cânceres hematológicos experimentaram problemas cardiovasculares e cânceres secundários na idade adulta, enquanto os sobreviventes de câncer do sistema nervoso central apresentaram maior probabilidade de sofrer perda auditiva ou neuropatias após o tratamento.
Os autores observam que a maioria dos participantes do estudo foram diagnosticados entre 1980 e 1994, e que atualmente as terapias modernas contra o câncer provavelmente serão mais direcionadas, com doses mais baixas de radiação e quimioterapia, o que significa que as crianças diagnosticadas hoje podem sofrer menos com doenças crônicas.