Hoje é nosso dia de novo.
E continuamos por aqui. De plantão, atendendo whatsupp, arrumando “uma veinha num prematurinho” na hora mais inadequada, trabalhando, na pista.
Curtindo aquele bebê que riu para nós um sorriso sem dentes, achando lindíssima aquela hipospádia que ficou perfeita (um trabalhão enorme para construir 2 cm…), gravando um vídeo com aquela criança de 3 anos engraçadíssima que dança funk na enfermaria e mostrando para todo mundo, acolhendo a mãe em pânico que exagera mas a gente entende.
Rangendo os dentes para quem se recusou a nos dar o fio melhor, o cateter que não quebra nem dobra, o curativo mais confortável, o foco que funciona. Para depois continuar o caminho sem mau humor, que cirurgião pediátrico é assim, vive começando de novo.
Comprando Crocs da Minnie, chocolate de manhã, presentinho para aquela criança que fez aniversário internada, fazendo festinha de aniversário no hospital com vaquinha e bolo da esquina.
Zangados com grosseria, com desmando, com incompreensão, com gente que não sabe ou finge que não sabe que cirurgia pediátrica existe, com gente que tira a nossa vez, com gestor que não paga nem respeita.
Existindo, apesar, contudo, todavia e sempre. Insistindo, ainda apaixonados. Insistindo, ainda achando o que a gente faz a coisa mais linda do mundo desde que vimos a primeira vez e pensamos É ISSO! Desde que vimos algum cirurgião pediátrico operando que nem relojoeiro, transformando, retransformando, reconstruindo e pensamos É ISSO, que sujeito sensacional, que trabalho emocionante!
Carpe Diem!
Tamo junto!
CIPERJ – Rio de Janeiro