fonte: O Globo
O governador eleito, Wilson Witzel, e o prefeito Marcelo Crivella discutiram na terça-feira, dia 6, durante um almoço no Palácio da Cidade, a possibilidade de os hospitais Albert Schweitzer, em Realengo, e Rocha Faria, em Campo Grande, voltarem a ser administrados pelo estado. A informação foi divulgada pelo “RJ TV”, da Rede Globo. A manutenção das duas unidades —municipalizadas no início de 2016 — custa mais de R$ 300 milhões por ano.
Segundo o “RJ TV”, Crivella teria apoiado Witzel no segundo turno das eleições coma condição de que o ex juiz federal, se eleito, assumisse os dois hospitais. O prefeito não descarta ir à Justiça para tentar devolver as unidades, e argumenta que o estado terá mais receitas no futuro com recursos de royalties do petróleo.
Crivella não comentou o encontro. Já Witzel, após receber uma homenagem no Tribunal Regional Federal, disse que nada está definido. Ele afirmou que ainda analisa projeções de receita do estado.
— Estamos conversando. Vamos encontrar uma rápida solução —disse Witzel.
Também ontem, o governador eleito afirmou que pretende ampliar o programa Segurança Presente e prometeu abrir ruas asfaltadas em quatro comunidades. A proposta deWitzel,cit ada como estratégia urbanística para melhoraras condições de vidada população e a entrada de serviços públicos, incluindo a polícia,abrange as favelas do Vidigal, Chapadão e Ri odas Pedras. Das quatro comunidades, Rocinha, Vidigal e Chapadão passaram, nos últimos anos, por obras de melhorias nos acessos.
A ideia de Witzel para as favelas é criticada pelo urbanista Sérgio Magalhães, que, na década de 1990, coordenou o projeto Favela-Bairro, da prefeitura do Rio.
— A ideia de que abrir ruas vai resolver o problema das egurançaé muito tosca. Se fosse assim, a Maré seria um modelo. Abrir ruas em comunidade sé algo muito complexo, é preciso identificar os anseios dos moradores —ressaltou Magalhães, destacando que, no caso do Vidigal, é possível chegar ao topo da comunidade por vias asfaltadas.