fonte: O Globo

A Unimed-Rio trocou seu time de gestão em novembro do ano passado e, desde então, vem passando por um rearranjo financeiro, com enxugamento de custos e alongamento das dívidas junto aos bancos, afirma Mozart de Oliveira Júnior, superintendente de atenção à saúde da cooperativa. Ele é um dos profissionais que chegaram no fim do ano passado para formar uma nova diretoria executiva, sob a presidência de Celso Barros, reeleito ano passado para o cargo que ocupa desde 1998.

A cooperativa, diz Oliveira, entrou este ano pagando em dia os associados, e o atendimento foi normalizado em todos os segmentos. Segundo ele, os problemas financeiros foram causados pelo aumento de custos médicos (27%, em média) superior à alta das receitas (12%). Em comunicado, a Unimed-Rio afirmou que “mesmo com as dificuldades financeiras vivenciadas no decorrer do ano, foram realizados 31,5 milhões de procedimentos, entre consultas, exames e internações.

PREJUÍZO DE R$ 198 MILHÕES

Com histórico de boa saúde financeira, a cooperativa fechou o ano passado com perdas de R$ 198 milhões, o primeiro resultado negativo desde 2002. Como tinha pouco mais de R$ 100 milhões em caixa, ficaram faltando R$ 90 milhões. Por ser uma cooperativa, o montante terá que ser rateado entre os médicos associados de acordo com o faturamento, da mesma forma que ocorre quando há lucro. Se todos pagassem o mesmo valor, a fatura seria de R$ 16.071,43 por profissional.

– Os valores devem ser retidos nos pagamentos que vão receber da cooperativa nos próximos meses – disse Oliveira.

A forma como acontecerá este aporte, contudo, ainda não está definida. A assembleia anual de cooperados, na qual a questão seria decidida, neste mês, foi interrompida porque participantes exigiram tempo para analisar o balanço. A expectativa é que o encontro seja retomado em meados de abril. Até lá, o balanço, com auditoria da Ernst Young, já terá sido publicado – o prazo é dia 31 deste mês.