fonte: Associação Paulista de Medicina

De 1º de abril de 2020 a 2 de janeiro último, segundo o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, foram notificados 646 casos confirmados da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), temporalmente associada à Covid-19, em crianças e adolescentes de até 19 anos. Ao todo, 41 evoluíram para óbito.

A maioria dos casos possui evidência laboratorial de infecção recente pelo novo coronavírus (SARS-Cov-2). Foram 500 casos (77,4%) encerrados pelo critério laboratorial e outros 146 (22,6%) pelo critério clínico-epidemiológico, por terem histórico de contato próximo com caso confirmado de Covid-19.

As crianças e adolescentes mais atingidos são do sexo masculino (56,8%), sobretudo nas faixas etárias de 0 a 4 anos (40,7%) e de 5 a 9 (34,1%). Dentro os óbitos, mais da metade (51,2%) ocorreu nas crianças de até 4 anos.

O Ministério da Saúde ressalta que “o monitoramento da SIM-P temporalmente associada à Covid-19 é importante para avaliar a magnitude da infecção pelo SARS-CoV-2 na faixa etária pediátrica, visto que é uma condição recente e potencialmente grave, em que os dados clínicos e epidemiológicos evoluem diariamente”.

SIM-P
A síndrome apresenta quadro clínico de amplo espectro, associada à infecção pelo novo coronavírus em crianças e adolescentes, caracterizada por uma resposta inflamatória exacerbada que acontece dias ou semanas após a infecção pelo vírus. É uma síndrome rara, mas grande parte dos casos evolui para formas graves, com necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Os sinais e sintomas são variados, podendo afetar os sistemas gastrointestinal, respiratório, neurológico, renal e cardíaco, além de alterações mucocutâneas. Os doentes também podem apresentar: febre alta e persistente, cefaleia, náuseas, vômitos, dor abdominal, conjuntivite não purulenta, disfunções cardíacas e outras condições.