fonte: Estadão
O ataque cibernético ao Fleury na terça-feira (22), acendeu o alerta quanto à segurança de dados pessoais e os riscos envolvidos no setor de saúde em meio ao ativismo hacker que ganhou força com a pandemia. O setor é visto como alvo potencial porque lida com informações valiosas dos usuários e, na avaliação de especialistas, não está preparado para lidar com o tema.
A rede de laboratórios informou que o ataque hacker atingiu seu ambiente de Tecnologia da Informação (TI), o que acarretou em indisponibilidade de boa parte dos sistemas e operações.
“Vale salientar que nossa base de dados está íntegra e que o atendimento em todas as nossas unidades segue acontecendo ainda por meio de ação de contingência para garantir a prestação de serviços aos nossos clientes”, afirmou o laboratório, em nota, na quarta-feira, 23.
Pacientes relataram que não conseguiram acessar resultados de procedimentos e que tiveram de remarcar exames.
Entre analistas do mercado, a percepção é de que o episódio terá pouco impacto efetivo na operação.
“É mais um risco de imagem e reputacional, garantindo que tudo volte ao normal em pouco tempo”, afirma um analista do setor, sob condição de anonimato.
Embora se tenha poucas informações sobre o alcance do ataque, especialistas acreditam que pode ter ocorrido um tipo de ataque de “ransomware”, semelhante ao que atingiu a JBS há algumas semanas: os hackers bloqueiam o acesso da empresa ao sistema infectado. Também há a possibilidade de que os criminosos possam ter criptografado dados. Ele destaca que, por se tratarem de dados sensíveis, que envolvem não só informações cadastrais (como nome, endereço, CPF), mas também possíveis informações sigilosas sobre saúde, o setor ganha mais brilho aos olhos dos criminosos.